Na próxima terça-feira (5), os eleitores norte-americanos irão às urnas para escolher o novo presidente dos Estados Unidos, em uma das eleições mais disputadas da história recente do país. De um lado, Donald Trump, ex-presidente e candidato do Partido Republicano, busca retornar à Casa Branca após ter sido derrotado por Joe Biden em 2021. Do outro, Kamala Harris, atual vice-presidente e representante do Partido Democrata, tem a oportunidade de fazer história mais uma vez ao tentar conquistar o cargo mais alto da nação. Ela se tornaria a primeira mulher negra a assumir a presidência dos Estados Unidos, um feito sem precedentes.
As últimas pesquisas indicam que a disputa está extremamente acirrada, com os dois candidatos empatados em termos de intenções de voto. A diferença entre eles é tão pequena que as últimas sondagens apontam para uma eleição imprevisível, que pode ser decidida nos chamados estados-chave, onde a competição é acirrada e sem uma tendência política clara. A tensão cresce, e a expectativa é de que o processo de apuração dos votos seja longo, possivelmente se estendendo por vários dias após o fechamento das urnas.
A disputa nos estados-chave
A pesquisa mais recente, realizada pelo jornal The New York Times em parceria com o Siena College, mostra que a disputa está bastante equilibrada em diversos estados cruciais para o resultado da eleição. Arizona, Carolina do Norte, Nevada, Wisconsin, Pensilvânia, Michigan e Geórgia são apontados como os principais campos de batalha entre os dois candidatos. Esses estados têm uma característica comum: a alternância de apoio entre os partidos a cada eleição, o que os torna imprevisíveis e vitais para quem quer garantir a vitória na corrida presidencial.
A margem de erro da pesquisa é de 3,5%, o que significa que as projeções estão longe de serem definitivas. Kamala Harris apresenta uma leve vantagem em alguns desses estados, como Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, enquanto Donald Trump lidera marginalmente no Arizona. Em outros estados importantes, como Michigan, Geórgia e Pensilvânia, a disputa está extremamente equilibrada, com os candidatos praticamente empatados.
Expectativa de uma contagem de votos demorada
Com a disputa tão apertada, espera-se que o processo de apuração seja demorado e possivelmente conturbado, já que muitos votos ainda podem ser decididos nas últimas horas. Além disso, o número de votos antecipados tem sido recorde, com mais de 80 milhões de eleitores já tendo participado da eleição por meio de votação antecipada, seja por correio ou em urnas eletrônicas.
O cenário de incerteza é ampliado pela questão da contagem dos votos ausentes e pelo impacto das leis de cada estado, que podem variar na hora de validar os votos. Esses fatores indicam que os resultados finais podem demorar dias para serem conhecidos, aumentando ainda mais a tensão em torno da eleição.
O foco nos eleitores indecisos
Nas últimas horas de campanha, Trump e Kamala Harris intensificaram seus esforços para conquistar os eleitores indecisos, tentando conquistar os votos que podem decidir o futuro político do país. Kamala, por exemplo, esteve na Pensilvânia, um dos estados mais disputados, onde 19 votos eleitorais estão em jogo. A vice-presidente não perdeu a oportunidade de fazer um apelo emocional aos eleitores, dizendo: “Vamos votar! Vamos vencer!” Ela destacou, ainda, que os Estados Unidos estão prontos para um “novo começo”, se comprometendo a ser uma presidente “para todos os americanos”, caso seja eleita.
Donald Trump, por sua vez, se dedicou a reforçar sua retórica anti-imigrante, que tem sido uma das principais bandeiras de sua campanha desde o primeiro mandato. Durante um comício na Pensilvânia, Trump disparou: “Temos gente incrível neste país. Não podemos deixar que esses selvagens venham de outros países.” A mensagem de Trump, voltada para seu eleitorado mais conservador, reforça sua postura dura em relação às políticas de imigração e ao fortalecimento das fronteiras.
A questão do aborto e os desafios de Kamala Harris
Kamala Harris, em sua campanha, focou em temas como os direitos das mulheres, especialmente a defesa do direito ao aborto, após a revogação da Roe v. Wade pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Para ela, essa questão tem o potencial de angariar apoio significativo entre eleitores progressistas, especialmente mulheres e jovens, que consideram a proteção dos direitos reprodutivos uma prioridade. Ao longo da campanha, Harris tem enfatizado que será uma presidente que lutará pelos direitos de todos os cidadãos, com um enfoque especial na equidade de gênero e nas liberdades civis.
Essa divisão ideológica sobre questões como o aborto e a imigração é apenas uma parte de um cenário mais amplo, onde a polarização política tem se intensificado nos últimos anos, deixando os eleitores com opções bem definidas, mas, ao mesmo tempo, profundamente divididas.
O papel das pesquisas e o cenário imprevisível
As pesquisas, embora indicativas de tendências, têm demonstrado que a eleição de 2024 será uma das mais imprevisíveis da história dos Estados Unidos. A pequena diferença entre os dois candidatos, combinada com o alto número de eleitores indecisos e a possibilidade de contagem demorada dos votos, faz com que o resultado seja um mistério até o último momento. A eleição também pode ter um impacto significativo nas futuras eleições legislativas e no cenário político global, considerando o papel dos EUA como uma potência mundial.
Enquanto os candidatos finalizam suas campanhas e aguardam o veredito das urnas, o país inteiro está em compasso de espera. Nos próximos dias, todos os olhos estarão voltados para os resultados, na expectativa de um novo capítulo na história política dos Estados Unidos. Quem ocupará a Casa Branca em 2025? Trump terá uma segunda chance no poder, ou Kamala Harris fará história como a primeira mulher negra a governar o país? Só o tempo dirá.